domingo, 14 de novembro de 2010

Em greve, mais uma vez

É lamentável que, pela terceira vez neste ano, nós, professores da Rede Municipal de Ensino de Ipatinga, tivemos que recorrer à greve pela implementação do Piso Salarial Nacional.
O atual prefeito, que assumiu o cargo interinamente em fevereiro de 2009 devido à cassação dos mandatos do 1º e 2º colocados no pleito de 2008, comprometeu-se em implantar gradualmente o piso, o que pôs fim à greve de março.
Durante sua campanha na eleição extemporânea, juntamente com os demais candidatos, assinou um termo de compromisso com o Sind-UTE, que definia o cronograma para a integralização do Piso.
O pagamento da primeira parcela foi efetuado em junho, conforme o acordado, assim que o então candidato, vencedor do pleito, tomou posse em seu cargo.
Em setembro, entretanto, quando deveria reunir-se com o sindicado para definir o índice aplicável na segunda parcela, o Prefeito mudou o rumo da conversa, voltando atrás em vários pontos acordados e desqualificando o documento que ele mesmo assinou.
Após sucessivas reuniões nas quais os emissários do Prefeito se limitavam a informar não haver recursos para o reajuste sem, contudo, apresentar as receitas e despesas de modo a comprovar tal circunstância, nos cansamos do embróglio e, em assembleia, decidimos deflagrar nova greve por tempo indeterminado.
Agora, queremos que a promessa de implantação do piso tome a forma de lei, já que os acordos não são respeitados pelo Prefeito.
Embora venha declarando estar aberto ao diálogo, o executivo se limita a repetir o mesmo discurso durante as reuniões, postergando os compromissos assumidos e sem oferecer aos professores garantias reais de que serão honrados.
Paralelamente à negociação com o sindicato, a Prefeitura requereu no tribunal do estado a decretação de ilegalidade da greve dos professores , evitando a primeira instância, onde já havia perdido ação idêntica na greve anterior.
Infelizmente, os desembargadores de Minas Gerais consideram o nosso serviço essencial quando o assunto é paralisar as atividades, mas parecem não pensar do mesmo modo quando os recursos para a educação são desviados, quando as obras nas escolas ocorrem em pleno ano letivo ou quando cargos de cunho técnico como o de Secretário Escolar se tornam objeto de barganha política.
Neste 15 de novembro, dia em que se comemora a Proclamação da República, estaremos no Parque Ipanema a partir das 14 horas reclamando nosso direito a uma remuneração digna e à liberdade de manifestação.
Na terça-feira, encaminharemos ao executivo municipal o texto do Projeto de Lei que deve ser enviado à Câmara Municipal e, somente após protocolado na secretaria do legislativo discutiremos em assembleia nosso retorno às atividades normais.
Estão todos convidados.

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