É
lamentável que, pela terceira vez neste ano, nós, professores da Rede
Municipal de Ensino de Ipatinga, tivemos que recorrer à greve pela
implementação do Piso Salarial Nacional.
O
atual prefeito, que assumiu o cargo interinamente em fevereiro de
2009 devido à cassação dos mandatos do 1º e 2º colocados no pleito de
2008, comprometeu-se em implantar gradualmente o piso, o que pôs fim à
greve de março.
Durante
sua campanha na eleição extemporânea, juntamente com os demais
candidatos, assinou um termo de compromisso com o Sind-UTE, que definia o
cronograma para a integralização do Piso.
O
pagamento da primeira parcela foi efetuado em junho, conforme o
acordado, assim que o então candidato, vencedor do pleito, tomou posse
em seu cargo.
Em
setembro, entretanto, quando deveria reunir-se com o sindicado para
definir o índice aplicável na segunda parcela, o Prefeito mudou o rumo
da conversa, voltando atrás em vários pontos acordados e desqualificando
o documento que ele mesmo assinou.
Após
sucessivas reuniões nas quais os emissários do Prefeito se limitavam a
informar não haver recursos para o reajuste sem, contudo, apresentar as
receitas e despesas de modo a comprovar tal circunstância, nos cansamos
do embróglio e, em assembleia, decidimos deflagrar nova greve por tempo
indeterminado.
Agora,
queremos que a promessa de implantação do piso tome a forma de lei,
já que os acordos não são respeitados pelo Prefeito.
Embora
venha declarando estar aberto ao diálogo, o executivo se limita a
repetir o mesmo discurso durante as reuniões, postergando os
compromissos assumidos e sem oferecer aos professores garantias reais de
que serão honrados.
Paralelamente
à negociação com o sindicato, a Prefeitura requereu no tribunal do
estado a decretação de ilegalidade da greve dos professores , evitando a
primeira instância, onde já havia perdido ação idêntica na greve
anterior.
Infelizmente,
os desembargadores de Minas Gerais consideram o nosso serviço essencial
quando o assunto é paralisar as atividades, mas parecem não pensar do
mesmo modo quando os recursos para a educação são desviados, quando as
obras nas escolas ocorrem em pleno ano letivo ou quando cargos de cunho
técnico como o de Secretário Escolar se tornam objeto de barganha
política.
Neste
15 de novembro, dia em que se comemora a Proclamação da República,
estaremos no Parque Ipanema a partir das 14 horas reclamando nosso
direito a uma remuneração digna e à liberdade de manifestação.
Na
terça-feira, encaminharemos ao executivo municipal o texto do Projeto
de Lei que deve ser enviado à Câmara Municipal e, somente após
protocolado na secretaria do legislativo discutiremos em assembleia
nosso retorno às atividades normais.
Estão todos convidados.
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